terça-feira, abril 25, 2006

...mesmo sabendo que o sono não passa!

Luto bravamente contra o sono.
Na verdade nem é só isso: luto para não pensar no sono.

Mesmo que ele esteja em mim, forte, intenso, literalmente a me derrubar, é em cada instante que dele me lembro que se dá seu retorno, mais forte e intenso ainda, capaz mesmo de causar dor física.

Faço outra atividade, dispenso-me momentaneamente com outras pendengas... Ele volta!; tão logo paro de fazer aquilo outro!
É quase como se ele sentisse um fio de despeito por ser substituído, um pequeno ataque de ciúme até, e vem de novo!, mais forte ainda, mais absorvedor de minha integridade. Reivindica seu lugar sem perguntar qual a minha opinião nisso tudo. Instala-se e quase que o vejo de pernas pro ar, encostado no sofá da minha mente, ocupando um lugar que imagina ser só dele e que, muito provavelmente não existe senão no meu pensar.
O tempo dilata. Cada segundo se estende rumo ao infinito de mãos dadas com minha tormenta, minha angústia.

Penso em outras coisas, olho ao redor; ele, incomodando um pouco menos, ainda lá. Contraditoriamente a si mesmo e a seus próprios comportamentos, gosta agora de ser esquecido. Prefere por vezes isso à permissão de desfrutar-me a noite com ele; longa; em que seja permitido aproveitar tanto que, ao fim, cansados um do outro, fiquemos os dois em paz.
É esperto. Sabe que, mesmo assim, voltarei eu a precisar dele, dentro em breve.
Fará questão de, novamente, me atormentar, machucar.
E eu me pergunto: por que não vem e fica, saciando-me e sendo saciado aos poucos, todos os dias? Por que é que aparece de vez em quando e some depois, deixando-me inquieta, brava, cansada?

Juro que não entendo. Por que se mostra se não há a pretensão de deixar-me a tê-lo?...
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