Junto
Estes dias que passaram foram estranhos...
Doença, hospital, falsos prognósticos amedrontadores, mais hospital...
Cansaço físico, exaustão emocional.
Se para a gente já é difícil levar tudo isso, o que se dirá para quem já virou a casa dos 80?
Seu corpo fraco poderia sucumbir, mas continuou lá, firme, apesar de tudo o que acontecia, mesmo sob todo o peso que carregava.
Não estou falando do meu avô, este que estava doente e já se restabelece. Falo de sua mulher, sua companheira (sem qualquer tom piegas) leal.
Minha vô, que por dentro deveria estar esmigalhada, só chorava longe dele, escondendo as lágrimas para não assusta-lo ainda mais.
Na mudança de hospital, momento mais crítico disso tudo, em meio ao medo de todos, lá vi a minha vó, vindo pelo corredor, elegante em rosa, passos curtos e rápidos, calada, bonita, olhar preocupado, juntando forças para não se abalar ainda mais.
E continuou lá por todos esses dias, literalmente ao pé da cama, servindo ao seu marido. Não porque sentisse que tal fosse sua obrigação ou dever, mas porque não poderia nem conseguiria fazer outra coisa qualquer longe dali enquanto ele também não estivesse fora.
Transformou-se em sua sombra e pôde ficar cada vez mais próxima ainda; a menos de dois passos qualquer que fosse a necessidade a ser prontamente atendida.
Fico eu pensando que também ela continuou lá porque nem ela mesma sabe se ela continuaria na ausência dele.
Doença, hospital, falsos prognósticos amedrontadores, mais hospital...
Cansaço físico, exaustão emocional.
Se para a gente já é difícil levar tudo isso, o que se dirá para quem já virou a casa dos 80?
Seu corpo fraco poderia sucumbir, mas continuou lá, firme, apesar de tudo o que acontecia, mesmo sob todo o peso que carregava.
Não estou falando do meu avô, este que estava doente e já se restabelece. Falo de sua mulher, sua companheira (sem qualquer tom piegas) leal.
Minha vô, que por dentro deveria estar esmigalhada, só chorava longe dele, escondendo as lágrimas para não assusta-lo ainda mais.
Na mudança de hospital, momento mais crítico disso tudo, em meio ao medo de todos, lá vi a minha vó, vindo pelo corredor, elegante em rosa, passos curtos e rápidos, calada, bonita, olhar preocupado, juntando forças para não se abalar ainda mais.
E continuou lá por todos esses dias, literalmente ao pé da cama, servindo ao seu marido. Não porque sentisse que tal fosse sua obrigação ou dever, mas porque não poderia nem conseguiria fazer outra coisa qualquer longe dali enquanto ele também não estivesse fora.
Transformou-se em sua sombra e pôde ficar cada vez mais próxima ainda; a menos de dois passos qualquer que fosse a necessidade a ser prontamente atendida.
Fico eu pensando que também ela continuou lá porque nem ela mesma sabe se ela continuaria na ausência dele.
1 Comments:
Querida Lu
Menina como suas palavras têm o dom de emocionar. Tão simples, certas e que captam a realidade com toda a sensibilidade. Você consegue fazer isso com uma poesia que toca o fundo da alma.
Parabéns e siga sempre em frente.
Beijos
Tia Lúcia
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