Quatro dimensões
Para não-sei-o-quê da escola, João precisava de alguma foto antiga de sua mãe.
Ficamos, então, outro dia, ele e eu a olhar fotos de quando éramos (minhas irmãs e eu, já que ele ainda é!) crianças.
Experiência das mais interessantes. Mostrar a ele rostos conhecidos em caras de crianças! Imagino que, para ele, foi como um quebra-cabeça temporal.
Vimos fotos de brincadeiras na água, aniversário de um ano da mãe dele com um bolo maravilhoso de chocolate; nós três, ainda menininhas, vestidas para dançar quadrilha; eu, de Emília; Ia, de coelhinho da Páscoa; Palala na praia; jabuticabas!. Fotos de todos os tipos, todas as datas.
Sei lá! Fico rico quem um dia conseguir uma técnica que nos permita o contato com a fotografia pelos outros sentidos que não só a visão (desconsidero já aqui a experiência possível atualmente pelo tato porque quero, nessa minha imaginação, acreditar que este contato físico possa mais que só dar impressões quanto à textura do papel fotográfico).
Imagine-se sentindo o cheiro de xampu de neném vindo de seus próprios cabelos, você ainda com poucos meses de vida! Pense só no gosto do bolo do casamento da sua irmã que você nem chegou a provar dados o nervosismo e a ansiedade que sentiu naquele dia. Imagine poder ouvir a voz de quem você nem se lembrava mais, mas se recorda das palavras doces e oportunas que vez ou outra lhe dirigiu... Imagine sentir-se aninhado no colo da mãe, seguro, aquecido, onde tudo o que não há é medo...
Seriam como pequenas viagens ao passado sempre que assim se desejasse. Abrir-se-ia a possibilidade de relembrar com todas as nuances um momento feliz...
É claro que namorados ciumentos queimariam fotos de suas atuais ao beijo com o ex!, mas aí já é outra história...
Seria, de fato, uma revolução! Reviver! No sentido mais literal possível!
Mesmo assim, nada se alteraria na foto e elas continuariam a ter seu ar melancólico: não se encheria a barriga com a polenta da vó, embora o gosto, o cheiro e o burburinho em torno da mesa fossem novamente vividos.
E o toque suave do ex-namorado em seu ombro, mesmo que acompanhado de seu calor, de seu perfume, nunca te permitiria debruçar-se ao seu ouvido para dizer tudo aquilo que, um dia, deveria ter sido dito. Com todo o carinho. Este mesmo que se sente ao olhar para a foto...
Ficamos, então, outro dia, ele e eu a olhar fotos de quando éramos (minhas irmãs e eu, já que ele ainda é!) crianças.
Experiência das mais interessantes. Mostrar a ele rostos conhecidos em caras de crianças! Imagino que, para ele, foi como um quebra-cabeça temporal.
Vimos fotos de brincadeiras na água, aniversário de um ano da mãe dele com um bolo maravilhoso de chocolate; nós três, ainda menininhas, vestidas para dançar quadrilha; eu, de Emília; Ia, de coelhinho da Páscoa; Palala na praia; jabuticabas!. Fotos de todos os tipos, todas as datas.
Sei lá! Fico rico quem um dia conseguir uma técnica que nos permita o contato com a fotografia pelos outros sentidos que não só a visão (desconsidero já aqui a experiência possível atualmente pelo tato porque quero, nessa minha imaginação, acreditar que este contato físico possa mais que só dar impressões quanto à textura do papel fotográfico).
Imagine-se sentindo o cheiro de xampu de neném vindo de seus próprios cabelos, você ainda com poucos meses de vida! Pense só no gosto do bolo do casamento da sua irmã que você nem chegou a provar dados o nervosismo e a ansiedade que sentiu naquele dia. Imagine poder ouvir a voz de quem você nem se lembrava mais, mas se recorda das palavras doces e oportunas que vez ou outra lhe dirigiu... Imagine sentir-se aninhado no colo da mãe, seguro, aquecido, onde tudo o que não há é medo...
Seriam como pequenas viagens ao passado sempre que assim se desejasse. Abrir-se-ia a possibilidade de relembrar com todas as nuances um momento feliz...
É claro que namorados ciumentos queimariam fotos de suas atuais ao beijo com o ex!, mas aí já é outra história...
Seria, de fato, uma revolução! Reviver! No sentido mais literal possível!
Mesmo assim, nada se alteraria na foto e elas continuariam a ter seu ar melancólico: não se encheria a barriga com a polenta da vó, embora o gosto, o cheiro e o burburinho em torno da mesa fossem novamente vividos.
E o toque suave do ex-namorado em seu ombro, mesmo que acompanhado de seu calor, de seu perfume, nunca te permitiria debruçar-se ao seu ouvido para dizer tudo aquilo que, um dia, deveria ter sido dito. Com todo o carinho. Este mesmo que se sente ao olhar para a foto...
1 Comments:
ai lulu... precisamos conversar sobre isso q tanto te incomoda...
te amo viu? e tb estou c saudade e nao vendo a hora de receber os bjos e apertos!!!
Postar um comentário
<< Home