terça-feira, fevereiro 22, 2005

Em se tratando de jogos, nunca fui uma pessoa sortuda.
Só fui uma vez na vida a um bingo, mas essa solitária experiência já foi suficiente para me mostrar que ganhar dinheiro fácil é coisa que só acontece com os outros.
Mesmo quando participava de festas em Andradas em que se tinha quimbol (o bingo de quermesse daqui), nunca levei prenda alguma para casa.
Por outro lado, em certos assuntos, tenho uma certa sorte: Nasci em boa família que sempre me apoiou e me deu condições de ter a vida que escolhi e que foi se moldando para mim. Não parei muito para pensar nos desdobramentos do que fazia porque fui vivendo como queria.
Acontece que chegou agora.
Desiludida e triste com muitas coisas, não estou aqui pleiteando o sentimento de dó de ninguém, aliás, nem gosto que sintam isso por mim, queira só contar mais alguns momentos dos meus infinitos desabafos lamuriosos.
Estou me sentindo vazia. Oca e seca feito uma cabaça, acho que nem eco meu interior é capaz de emitir.
Tenho tão poucas razões que me convençam a sair para todo e cada dia que às vezes prefiro o vazio e a solidão de casa, acompanhada do barulho de coisas acontecendo lá fora. Não me atraem; são só indícios de que tudo vai em desprezo e desconhecimento de todos sobre mim e de mim sobre eles.
Estou tão vazia que não tenho mais vontades grandes, obsessivas e inatingíveis. Aliás, nem do que sempre tive vontade tenho mais.
Estou me conformando com o fato de que tudo ficará assim, faltando as coisas falta a mim ou eu, falta a elas.
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