Mas é claro que eu posso estar errada!
Tenho medo de compromissos.
Não estou dizendo que não consigo ter uma relação interpessoal, amorosa, estável (se bem que isso não deixa de ser verdade...), o que digo é que há uma grande probabilidade desta relação não durar muito tempo se ela já começar dentro dos conformes, com cara de que vai chegar a algum lugar, qualquer lugar.
De certo modo eu sempre soube disso, mas é que também me amedronta admitir que sofro de tal medo. É como admitir que você quer excluir certas possibilidades e que aceita somente aquela que não tem chance nenhuma de vingar. E isso não é verdade.
Não sei, sinceramente, se esse meu medo tem uma explicação simples, mas a única que certamente consigo vislumbrar é aquela que se remete diretamente à certeza e à previsão, como se houvesse um roteiro predestinado: a gente não sabe quando vai surgir um compromisso, mas, uma vez que ele está agendado, se torna previsível e certo.
E isso me provoca um medo irracional!
Não quero a burocracia de um encontro com um bom moço que vai me chamar para um cinema ou jantar, vai me tratar bem e burocraticamente, que, em uma cera hora (não muito cedo nem muito tarde) vai se declarar mecanicamente com uma frase qualquer aí e dizer com palavras decoradas que seria bom se a gente ficasse junto por mais tempo.
Sério! Tenho pavor disso!
Tenho medo de que a vida perca o seu caráter de improviso, sua originalidade e mesmo a falta dela, a imprevisibilidade que me faz chorar, sorrir ou ficar estagnada, deprimida.
Quero da vida o que nem penso que pode acontecer, o imprevisto, venha ele de lugar nenhum ou do óbvio que não era visto da forma como deveria.
Uma vez, há bastante tempo, eu criança conversei com minha mãe e ela me apresentou ao inevitável: não é certo que uma pessoa faça faculdade, se case, tenha filhos, seja triste ou feliz, mas é certo que, independente de tudo e de nada, uma hora ou outra ela morre.
Não foi só esta conversa com minha mãe que me fez assim (e disto estou certa!), mas o que ela me disse naquele dia e em outros só reforçaram o que eu já era e é só assim que eu sei ser: me fazendo aos poucos, sem grandes planos, sem idéias altamente estruturadas, ciente de que, para o futuro, basta-me uma única certeza. E já é muito!
Não estou dizendo que não consigo ter uma relação interpessoal, amorosa, estável (se bem que isso não deixa de ser verdade...), o que digo é que há uma grande probabilidade desta relação não durar muito tempo se ela já começar dentro dos conformes, com cara de que vai chegar a algum lugar, qualquer lugar.
De certo modo eu sempre soube disso, mas é que também me amedronta admitir que sofro de tal medo. É como admitir que você quer excluir certas possibilidades e que aceita somente aquela que não tem chance nenhuma de vingar. E isso não é verdade.
Não sei, sinceramente, se esse meu medo tem uma explicação simples, mas a única que certamente consigo vislumbrar é aquela que se remete diretamente à certeza e à previsão, como se houvesse um roteiro predestinado: a gente não sabe quando vai surgir um compromisso, mas, uma vez que ele está agendado, se torna previsível e certo.
E isso me provoca um medo irracional!
Não quero a burocracia de um encontro com um bom moço que vai me chamar para um cinema ou jantar, vai me tratar bem e burocraticamente, que, em uma cera hora (não muito cedo nem muito tarde) vai se declarar mecanicamente com uma frase qualquer aí e dizer com palavras decoradas que seria bom se a gente ficasse junto por mais tempo.
Sério! Tenho pavor disso!
Tenho medo de que a vida perca o seu caráter de improviso, sua originalidade e mesmo a falta dela, a imprevisibilidade que me faz chorar, sorrir ou ficar estagnada, deprimida.
Quero da vida o que nem penso que pode acontecer, o imprevisto, venha ele de lugar nenhum ou do óbvio que não era visto da forma como deveria.
Uma vez, há bastante tempo, eu criança conversei com minha mãe e ela me apresentou ao inevitável: não é certo que uma pessoa faça faculdade, se case, tenha filhos, seja triste ou feliz, mas é certo que, independente de tudo e de nada, uma hora ou outra ela morre.
Não foi só esta conversa com minha mãe que me fez assim (e disto estou certa!), mas o que ela me disse naquele dia e em outros só reforçaram o que eu já era e é só assim que eu sei ser: me fazendo aos poucos, sem grandes planos, sem idéias altamente estruturadas, ciente de que, para o futuro, basta-me uma única certeza. E já é muito!
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