Não me considero uma pessoa distraída, ao contrário. Às vezes até acho que observo tanto as coisas e as pessoas que acabo me envolvendo em situações que não dizem respeito a mim.
Também não era uma criança distraída e prova disso é que eu vivia metida em toda e qualquer brincadeira e era sempre convidada a participar daquelas em que ainda não havia me ajuntado até então. Mas lembro bem de um momento de um lapso de atenção que me causou um pequeno acidente...
Estava eu na 2a. série e voltava da escola para casa. Ia a pé e sozinha carregando minha bolsa que se parecia com uma maleta, era rosa e tinha os Ursinhos Carinhosos estampados. Fazia sempre o mesmo caminho, menos por ser metódica e mais pela distância a ser percorrida. Conhecia, então, muito bem as ruas, as casas e as calçadas, o que não evitou que eu me chocasse com toda a força contra um desnível de cerca de 20 cm no concreto da calçada que divisava duas casas.
A pancada foi forte e eu usava o uniforme de verão: camisa branca e saia de pregas. Fiz um belo machucado entre o joelho e a canela.
Não foi só um arranhão. Foi um corte pouco profundo, mas o suficiente para ver a carne branca se encher vagarosamente de pontos vermelhos.
Faltava cerca de 1 km para a minha casa e eu tinha que ir embora.
Lembro do caminho embaçado pelos olhos turvos de dor e lágrimas que não deixei cair. Fui por todo o caminho calada, a garganta doendo de tanta força que eu empregava para segurar o choro. Aos colegas que viam o sangue, só um aceno de cabeça e mãos tentando dizer que tudo estava bem. Sabia que, em abrindo a boca, o choro viria. Incontrolável, triste e necessário.
Fui forte até o portão de casa. De costas pros que subiam, já começaram a escorrer as lágrimas.
Quem as viu primeiro foi minha mãe que, com um beijo em meus cabelos e água oxigenada em mãos, foi me acalmando do choro sofrido. Na verdade, já chorava menos pelo machucado e mais pela situação enfrentada e pela acolhida singela e sincera.
É... Não mudei muito de 80 e poucos pra cá.O choro alegre e emocionado corre fácil na frente de qualquer um. O choro sofrido, carregado de humilhação, só aparece na frente daqueles a quem tenho confiança, a quem tomo verdadeiramente por amigo e a quem sei que me acolherá com braços de mãe.
Também não era uma criança distraída e prova disso é que eu vivia metida em toda e qualquer brincadeira e era sempre convidada a participar daquelas em que ainda não havia me ajuntado até então. Mas lembro bem de um momento de um lapso de atenção que me causou um pequeno acidente...
Estava eu na 2a. série e voltava da escola para casa. Ia a pé e sozinha carregando minha bolsa que se parecia com uma maleta, era rosa e tinha os Ursinhos Carinhosos estampados. Fazia sempre o mesmo caminho, menos por ser metódica e mais pela distância a ser percorrida. Conhecia, então, muito bem as ruas, as casas e as calçadas, o que não evitou que eu me chocasse com toda a força contra um desnível de cerca de 20 cm no concreto da calçada que divisava duas casas.
A pancada foi forte e eu usava o uniforme de verão: camisa branca e saia de pregas. Fiz um belo machucado entre o joelho e a canela.
Não foi só um arranhão. Foi um corte pouco profundo, mas o suficiente para ver a carne branca se encher vagarosamente de pontos vermelhos.
Faltava cerca de 1 km para a minha casa e eu tinha que ir embora.
Lembro do caminho embaçado pelos olhos turvos de dor e lágrimas que não deixei cair. Fui por todo o caminho calada, a garganta doendo de tanta força que eu empregava para segurar o choro. Aos colegas que viam o sangue, só um aceno de cabeça e mãos tentando dizer que tudo estava bem. Sabia que, em abrindo a boca, o choro viria. Incontrolável, triste e necessário.
Fui forte até o portão de casa. De costas pros que subiam, já começaram a escorrer as lágrimas.
Quem as viu primeiro foi minha mãe que, com um beijo em meus cabelos e água oxigenada em mãos, foi me acalmando do choro sofrido. Na verdade, já chorava menos pelo machucado e mais pela situação enfrentada e pela acolhida singela e sincera.
É... Não mudei muito de 80 e poucos pra cá.O choro alegre e emocionado corre fácil na frente de qualquer um. O choro sofrido, carregado de humilhação, só aparece na frente daqueles a quem tenho confiança, a quem tomo verdadeiramente por amigo e a quem sei que me acolherá com braços de mãe.
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