Cansei, na minha adolescência, de ouvir lamúrias daqueles com mais de 40 dizendo que “bons tempos eram aqueles em que se tinha 15 anos”.
Lembro até que, na época, menção a isso já era suficiente para me irritar (não que isso fosse árdua tarefa...). Ficava inconformada em pensar que havia gente que queria voltar a ser aquilo que eu era e sentia todos os dias: uma adolescente cheia de inquietações, desconhecida de si mesma, de seus próprios pensamentos e desejos, um rascunho disforme de algo que nem eu tinha noção do que ia se tornar. Mas o próprio tempo foi se encarregando de fazer com que eu ouvisse cada vez menos que “boa é essa idade”. E eu nem sabia o porquê.
Via que os anos de faculdade eram ótimos e gostava cada vez mais deles.
Ainda era eu um rascunho, mas já tinha forma e incorporava outras que achasse necessárias.
Só quando a faculdade acabou é que fui tomando consciência de muitas coisas que fazia questão de não ver: já não era adolescente, nem pós-adolescente, era jovem e, o pior, era adulta, com contas de energia, gás, condomínio, com cartão de crédito e vontade de um carro, de um monte de sapatos, mas sem grana pra tudo que era necessário.
Sozinha, fui e estou aprendendo a me virar, mas quando olho para minhas amigas de adolescência percebo que elas não têm os mesmos problemas que eu: casadas e com filhos, a maioria delas já são o que eram nossas mães quando nos conhecemos.
Não sei bem, mas de um certo modo me parece que o susto e o desconforto da fase adolescente levou muitos de meus amigos a não quererem aqueles momentos de novo quando, lá pelos “vinte e alguma coisa”, entramos na adultescência.
Embora tão penosa quanto a primeira, essa traz requintes de maldade já que agora sei quem sou e conheço muito bem a quem sobrará a conta no final de uma história ou do mês. Mas vi que muitos dos meus amigos fizeram questão de passar por cima dessa fase, não viram a “segunda adolescência”, e entraram direto na vida que viram seus pais terem.
Será que é por isso que querem “de volta os 15 anos”? Por que só se lembram das inquietações quanto aos problemas sobre “quem beijou quem” ou “amanhã é prova de matemática”?
Eu, certamente, não os quero. Vivi-os quando os tinha e voltei a ver sua cara agora, coisa de 10 anos mais tarde. Gostei de tê-los visto, mas quero que passem e me deixem como eu devo ser depois de tanto ter aprendido com eles. E com seu bis.
Lembro até que, na época, menção a isso já era suficiente para me irritar (não que isso fosse árdua tarefa...). Ficava inconformada em pensar que havia gente que queria voltar a ser aquilo que eu era e sentia todos os dias: uma adolescente cheia de inquietações, desconhecida de si mesma, de seus próprios pensamentos e desejos, um rascunho disforme de algo que nem eu tinha noção do que ia se tornar. Mas o próprio tempo foi se encarregando de fazer com que eu ouvisse cada vez menos que “boa é essa idade”. E eu nem sabia o porquê.
Via que os anos de faculdade eram ótimos e gostava cada vez mais deles.
Ainda era eu um rascunho, mas já tinha forma e incorporava outras que achasse necessárias.
Só quando a faculdade acabou é que fui tomando consciência de muitas coisas que fazia questão de não ver: já não era adolescente, nem pós-adolescente, era jovem e, o pior, era adulta, com contas de energia, gás, condomínio, com cartão de crédito e vontade de um carro, de um monte de sapatos, mas sem grana pra tudo que era necessário.
Sozinha, fui e estou aprendendo a me virar, mas quando olho para minhas amigas de adolescência percebo que elas não têm os mesmos problemas que eu: casadas e com filhos, a maioria delas já são o que eram nossas mães quando nos conhecemos.
Não sei bem, mas de um certo modo me parece que o susto e o desconforto da fase adolescente levou muitos de meus amigos a não quererem aqueles momentos de novo quando, lá pelos “vinte e alguma coisa”, entramos na adultescência.
Embora tão penosa quanto a primeira, essa traz requintes de maldade já que agora sei quem sou e conheço muito bem a quem sobrará a conta no final de uma história ou do mês. Mas vi que muitos dos meus amigos fizeram questão de passar por cima dessa fase, não viram a “segunda adolescência”, e entraram direto na vida que viram seus pais terem.
Será que é por isso que querem “de volta os 15 anos”? Por que só se lembram das inquietações quanto aos problemas sobre “quem beijou quem” ou “amanhã é prova de matemática”?
Eu, certamente, não os quero. Vivi-os quando os tinha e voltei a ver sua cara agora, coisa de 10 anos mais tarde. Gostei de tê-los visto, mas quero que passem e me deixem como eu devo ser depois de tanto ter aprendido com eles. E com seu bis.
2 Comments:
Lúcia Helena, você definiu com precisão um sentimento que, acho, a maioria dos andradenses que romperam as fronteiras da cidade têm. Como vivo de escrever fatos (e ter a obrigação de escrever é algo realmente odioso) tenho dificuldade para expressar sentimentos. Você conseguiu. Adorei seu blog e a partir de hoje serei frequentador assíduo.
xx
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