quarta-feira, junho 06, 2007

Luz

Poucos são os prazeres como o de observar o céu no fim de uma tarde de outono.
As nuvens brancas e fofas, tingidas de tons amarelados, alaranjados e róseas, sendo perpassadas por retos feixes de luz do Sol.
Raios retos, firmes, brilhantes e duradouros. Raios contrastantes com a loucura, o caos dos carros em zigue-zague abrindo caminho para a barulhenta ambulância, carros enfileirados numa ordem desconexa e nonsense a subir a rua buzinando de quando em vez, andando devagar, deixando-se ficar sob a faixa de pedestres, ansiosos para que o semáforo abre o quanto antes, para que a fila esvaeça a sua frente, apara que a porta da garagem chegue o mais rápido possível.
E no meio disso tudo, os raios continuam lá. Continuam formes e retos. Continuam a pintar as nuvens e a refletirem-se, num tom mais alaranjado ainda, nas grandes vidraças dos prédios comerciais.
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