Eu sou o verdadeiro muro das lamentações
Escrevi isso aí no ano passado e só achei hoje.
Tem dias em que o choro vem. Não sei de onde, mas ele vem.
Este ano, passei cinco meses seguidos sem derramar uma única lágrima. Confesso que não me orgulho disso. Às vezes é bom um bom choro para lavar a alma, arejar a cabeça e tirar dos olhos tanta distorção que eles carregam e que impossibilitam que a gente veja o que realmente é.
Aí, tem dias em que o choro vem. De algum lugar qualquer, ele vem. Alguns de vocês já presenciaram meus momentos assim. Não são raros. Sinto os lábios tremendo e as lágrimas escorrerem aos borbotões. Nariz e olhos avermelham num instante.
Outro dia tive uma crise dessas. O mais engraçado é que não tenho certeza do porquê de tanta lágrima, nem se eram necessárias naquele momento. Só sei que chorei. Por minutos, horas, chorei silenciosamente, e as lágrimas eram mais rápidas do que meu raciocínio em busca de uma explicação do motivo de elas existirem.
Chorei, chorei e chorei. Garganta trancada, olhos em fogo.
O que será que me fez tão triste?
Ninguém em casa para deixá-la em desordem. Nenhum namorado com quem brigar. Nenhuma conversa torta e difícil. Nada de chateação por me ver terrivelmente e injustamente contrariada e julgada. Não senti a desgraça batendo à minha porta.
Acho que foi por isso mesmo que chorei...
O que é a vida se não há problemas mundanos com os quais nos apavoramos? O que é a vida se a gente não resvala nos trilhos? Se entra dia, sai dia, sabemos o que vai acontecer?
Tá tudo muito parado. Tá sem emoção.
Só tenho andando por ruas retas. Não escrevi uma nova linha porque deixei que as coisas seguissem seu curso, como se estivessem no piloto automático, como se tudo se resumisse em ida e volta pelo mesmo caminho, sem imprevistos.
Muitos sonham pôr a vida numa estrada certa, de casamento, de filhos. Hoje, acho que minha felicidade está no acostamento de uma pista mal sinalizada, com o mato alto a cobrir a placa que indica uma direção qualquer. Resta a mim a coragem para jogar o carro num buraco da pista estourando o pneu.
Tem dias em que o choro vem. Não sei de onde, mas ele vem.
Este ano, passei cinco meses seguidos sem derramar uma única lágrima. Confesso que não me orgulho disso. Às vezes é bom um bom choro para lavar a alma, arejar a cabeça e tirar dos olhos tanta distorção que eles carregam e que impossibilitam que a gente veja o que realmente é.
Aí, tem dias em que o choro vem. De algum lugar qualquer, ele vem. Alguns de vocês já presenciaram meus momentos assim. Não são raros. Sinto os lábios tremendo e as lágrimas escorrerem aos borbotões. Nariz e olhos avermelham num instante.
Outro dia tive uma crise dessas. O mais engraçado é que não tenho certeza do porquê de tanta lágrima, nem se eram necessárias naquele momento. Só sei que chorei. Por minutos, horas, chorei silenciosamente, e as lágrimas eram mais rápidas do que meu raciocínio em busca de uma explicação do motivo de elas existirem.
Chorei, chorei e chorei. Garganta trancada, olhos em fogo.
O que será que me fez tão triste?
Ninguém em casa para deixá-la em desordem. Nenhum namorado com quem brigar. Nenhuma conversa torta e difícil. Nada de chateação por me ver terrivelmente e injustamente contrariada e julgada. Não senti a desgraça batendo à minha porta.
Acho que foi por isso mesmo que chorei...
O que é a vida se não há problemas mundanos com os quais nos apavoramos? O que é a vida se a gente não resvala nos trilhos? Se entra dia, sai dia, sabemos o que vai acontecer?
Tá tudo muito parado. Tá sem emoção.
Só tenho andando por ruas retas. Não escrevi uma nova linha porque deixei que as coisas seguissem seu curso, como se estivessem no piloto automático, como se tudo se resumisse em ida e volta pelo mesmo caminho, sem imprevistos.
Muitos sonham pôr a vida numa estrada certa, de casamento, de filhos. Hoje, acho que minha felicidade está no acostamento de uma pista mal sinalizada, com o mato alto a cobrir a placa que indica uma direção qualquer. Resta a mim a coragem para jogar o carro num buraco da pista estourando o pneu.