segunda-feira, outubro 23, 2006

São poucas, mas grandes, as coisas que têm me sufocado ultimamente.
Às vezes vem a vontade de dizer, contar, mas porque ainda são, a mim mesma, desconexas, é impossível dizer palavra.
Vez por outra dá até vontade de rezar, clamar por ajuda e até já sucumbi à tentação. Mas de quê adianta? Não sei rezar!
Até penso, agradeço, peço, mas meu Grilo Falante desperta e insiste em me lembrar que é em vão: ninguém me escuta.
Brigo com ele, permaneço na prática, mas já estou contaminada com a possibilidade da inutilidade da tarefa.
Na verdade, talvez eu só queira pensar ou falar. Não para mim, mas para ele mesmo, ciente eu de que ele me tire toda e qualquer esperança, apontando-me firmemente o caminho de meu engano. Mesmo que ele mostre-me incapaz na missão de aos outros delegar o exercício de bem me fazer.

quinta-feira, outubro 05, 2006

Tudo bem!

Já disse várias vezes que é muito mais fácil falar e contar sobre a tristeza: a tristeza tem consistência, tem corpo, parece até ser formada de matéria. Acho que é porque ela machuca de verdade.
Corta, desajeita. Tira do rumo, como se tivesse dado-nos um impulso. Impulso na direção oposta àquela que vínhamos.

Estranhamente, não quero falar hoje desta coisa aí que é auto-consistente. Quero falar é da alegria. Quero falar é daquilo que não está senão dentro da minha cabeça, mas que, de uma forma generosa e mansa, invade o corpo todo, deixa tudo mais leve; insufla, até!

E a alegria não é, de modo algum, coesa, coerente; ela só existe e pronto. E daí, que existindo, se espalha inteira e deixa sorriso no rosto todo, corpo leve e tranqüilo.
Vai embora ansiedade, preocupação; vai-se embora a chateação por não ter com que se chatear ou por muito se aborrecer.

Bom humor do bacana, estou comemorando nada; só a idéia de que tá tudo muito bem!
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