"A coisa não está na partida nem na chegada, mas na travessia"
Não sei porquê (!?), estava pensando outro dia em uma viagem de avião. As tensões e os momentos pelos quais passamos dentro de uma aeronave.
A decolagem é sempre emocionante para mim.
Dá um medo, uma ansiedade, uma aflição absurda de que o avião não decole e que não haja mais tempo para freá-lo. E, de repente, o avião começa a subir... Mas meu medo não acaba aí: lá dentro, poltronas inclinadas em relação à terra cada vez mais distante, parece que a qualquer momento algo vai dar errado e o avião vai tombar no outro sentido, se estatelando contra os pequenos telhados lá de baixo.
Também assim é a aterrissagem. O frio na barriga pela perda rápida e constante de altitude, o chão chegando depressa e, de repente, ele ali, sob os pneus que o tocaram descuidadamente num solavanco fraco ou forte, mas estranho o suficiente para a gente imaginar que “algo está saindo errado”. Então vem a desaceleração brusca e eu só descanso quando o avião anda, tranqüilo, em busca de sua parada.
Entre esses dois extremos, fica a viagem em si: o avião manso por cima das nuvens, a terra passando lá embaixo e a calma por estar segura e sossegada lá em cima; uma balançada ou outra para animar o sossego e não deixar que a calmaria se transforme em tédio: turbulências; percalços que, mesmo indesejados, não são lá de todo inconvenientes.
Lembrei do John Lennon: “Life is what happens to you while you’re busy making other plans”. E aí me veio também todo aquele espírito de fim/começo de ano...
A preocupação exacerbada com o começo e os olhos no fim fazem com que, muitas vezes, a gente até se esqueça de olhar e se deliciar com o decorrer, planejando outras coisas enquanto um monte delas acontece, se amedrontando pelo fim que talvez nem chegue, deixando de perceber que o que acontece pode ser muito bom, mesmo que não corresponda a sonhos antigos e passados.
Esse ano me passou tão depressa, num atropelo de coisas, que não vi janeiro, fevereiro e março, nem abril e maio, me dedicando ao fim do mestrado.
Junho e julho foram meses de preparar o que ainda não havia sido feito e de me organizar para o que já havia acabado.
Agosto e setembro foram os mais gostosos: dedicados a projetos para os próximos anos, transcorreram como um regalo que eu nem imaginava que teria.
Então, chegou outubro, complicado desde o primeiro dia... Eu que o pensava de descanso, passei por desgastes emocionais tremendos e tristes.
Novembro não foi diferente e, talvez por isso mesmo, passou como um cuspe.
Foi aí que quando dei por mim já tinha árvore de natal em cada esquina, já era dezembro.
Como disse, o ano me atropelou!
Não reclamo porque foi bom, de verdade: fiz muito – de um começo conturbado a um fim pífio, aproveitei bem a travessia.
A decolagem é sempre emocionante para mim.
Dá um medo, uma ansiedade, uma aflição absurda de que o avião não decole e que não haja mais tempo para freá-lo. E, de repente, o avião começa a subir... Mas meu medo não acaba aí: lá dentro, poltronas inclinadas em relação à terra cada vez mais distante, parece que a qualquer momento algo vai dar errado e o avião vai tombar no outro sentido, se estatelando contra os pequenos telhados lá de baixo.
Também assim é a aterrissagem. O frio na barriga pela perda rápida e constante de altitude, o chão chegando depressa e, de repente, ele ali, sob os pneus que o tocaram descuidadamente num solavanco fraco ou forte, mas estranho o suficiente para a gente imaginar que “algo está saindo errado”. Então vem a desaceleração brusca e eu só descanso quando o avião anda, tranqüilo, em busca de sua parada.
Entre esses dois extremos, fica a viagem em si: o avião manso por cima das nuvens, a terra passando lá embaixo e a calma por estar segura e sossegada lá em cima; uma balançada ou outra para animar o sossego e não deixar que a calmaria se transforme em tédio: turbulências; percalços que, mesmo indesejados, não são lá de todo inconvenientes.
Lembrei do John Lennon: “Life is what happens to you while you’re busy making other plans”. E aí me veio também todo aquele espírito de fim/começo de ano...
A preocupação exacerbada com o começo e os olhos no fim fazem com que, muitas vezes, a gente até se esqueça de olhar e se deliciar com o decorrer, planejando outras coisas enquanto um monte delas acontece, se amedrontando pelo fim que talvez nem chegue, deixando de perceber que o que acontece pode ser muito bom, mesmo que não corresponda a sonhos antigos e passados.
Esse ano me passou tão depressa, num atropelo de coisas, que não vi janeiro, fevereiro e março, nem abril e maio, me dedicando ao fim do mestrado.
Junho e julho foram meses de preparar o que ainda não havia sido feito e de me organizar para o que já havia acabado.
Agosto e setembro foram os mais gostosos: dedicados a projetos para os próximos anos, transcorreram como um regalo que eu nem imaginava que teria.
Então, chegou outubro, complicado desde o primeiro dia... Eu que o pensava de descanso, passei por desgastes emocionais tremendos e tristes.
Novembro não foi diferente e, talvez por isso mesmo, passou como um cuspe.
Foi aí que quando dei por mim já tinha árvore de natal em cada esquina, já era dezembro.
Como disse, o ano me atropelou!
Não reclamo porque foi bom, de verdade: fiz muito – de um começo conturbado a um fim pífio, aproveitei bem a travessia.
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