Mudam os personagens, permanece o tema.

Só existe um lugar no qual eu gostaria de estar bem agora, e este lugar, certamente, não é aqui.
Todas as vezes que me sinto assim, descontente, só consigo pensar em estar em Andradas.
A incompletude e a solidão abrandam um pouco ao lembrar que tenho um lar sossegado, um lugar onde o aconchego me faz me sentir bem.

Nesses dias em que nem me sei em mim mesmas, em que não me encontro em lugar nenhum, nesses tempos em que falta tanta coisa para que eu consiga entender e dizer o que me faz falta, nessas situações, só a casa cinza ali em frente à pracinha da Samambaia é que parece me fazer feliz.
Queria estar lá, na minha casa, jogando conversa fora, vendo as crianças brincarem, ouvindo uma música qualquer.
Preciso sentir, nem que por míseros instantes, que tem gente que gosta de mim, de verdade, de maneira incondicional.

Infelizmente, apesar de todos os bons amigos que aqui tenho, é só em Andradas, na minha casa, no meu lugar, que vislumbro meu sossego nessas horas.

De um certo modo, a verdade é que essa paz que procuro lá existia na cidade em que vivi anos atrás e que nem é mais a mesma...

Não sei se há conforto para mim.