terça-feira, fevereiro 26, 2008

Delicioso!

Porque a vida já é toda cheia de coisas espinhosas e de desentendimentos desnecessários e ilógicos, resolvi escrever sobre coisas que em muito me agradam.

Há inúmeras pequenas ações que são capazes de me deixar reconfortada no dia-a-dia.
Pequenos atos que passam até desapercebidos, mas que me enchem de uma instantânea e deliciosa alegria.

Quer coisa mais legal do que encontrar uma nota de 5 reais esquecida no bolso de uma calça que você não usava há tempos? Ou então fazer uma comidinha gostosa, todo mundo se sentar a mesa e elogiarem a habilidade da cozinheira? Cheiro de xampu de criança quando se beija um dos sobrinhos? Um bom livro pelo qual a gente torce para que o fim não chegue?

Poderia enumerar zilhões de coisas deliciosas que podem acontecer em um dia qualquer. Teria até assunto para vários dias, mas é que agora só quero falar de uma coisa deliciosa:
Fiquei em casa o dia todo escrevendo, estudando, analisando dados. O máximo que me desloquei foi até a área de serviço para colocar a roupa no varal. Mas o fim da tarde me disse que era hora de dar ao menos uma ida até o supermercado para ver rostos e pessoas. Comprei um pacote de cookies!
Existe, por favor, me respondam!, existe coisa mais deliciosa do que cookie com gotas de chocolate e uma xícara de café?

Não paro mais de comer! Não paro mais de olhar para os cookies que ainda sobram no pacote com um olhar de devoção de agradecimento pela alegria qu eles me trazem.
Posso até trabalhar ainda mais um tanto só pelo simples prazer de daqui a pouco me levantar e tomar mais uma xícara de café comendo mais uns deles.

Que alegria!

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Uma década

Dez anos depois e continuo em São Paulo.

Quando vim pra cá, na ingenuidade peculiar a quem vê o futuro de si e dos outros com seus próprios olhos e como imagens deslocadas no tempo das ações do agora, estava convicta de que a volta ocorreria em quatro anos.
Todo dia era só um a mais e toda sexta-feira era a mochila nas costas e o mesmo trajeto da semana anterior.

A casa era lá, os amigos estavam lá e eu desejava que minha vida, parcialmente vivida aqui, continuasse a fluir lá, como se aqui fosse só um estado momentâneo.

Não foi rápida, mas foi involuntária e imperceptível, a minha mudança de lar.

Primeiro, os amigos foram deixando de estar só lá e os convites (para cerveja a qualquer hora, para baladas no fim de semana, para festinhas com ou sem motivo algum) se revezavam entre cá e lá.
A isso, foi-se juntando a preguiça de fazer malas com tanta obstinação aos fins de semana.
Na verdade, as roupas começaram a estar mais aqui do que lá.
E num certo dia eu assumi que, por mais que eu desejasse voltar a viver de modo tranqüilo ao lado da família, minha vontade era estar aqui também; era ser visita onde sempre foi (e será) meu lar.

A mudança se deu em mais que no endereço. Por isso mesmo não me ajustava mais em um só lugar.
Tornei-me multifacetada, o que não implica que eu não saiba quem sou, que seja volúvel; implica tão somente em que não sou mais tão indeformável.

Se me transformo tanto, nem sempre as transformações são para o rumo que se imaginava. Mas levo sempre comigo a perseverança de não mudar tanto a ponto de não ser reconhecível naquela que há 10 anos saiu com suas malas e vontade de estar onde parecia seu lugar.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Devaneios em um dia quente

Tivesse eu um bom motivo, calçava a cara e ligava para alguém convidando-me para uma cerveja e um bom papo na calçada em uma noite que deverá ser quente como o foi a de ontem e como estão os dias desde três passados.
Acho até que bom motivo a gente inventa de um momento para outro quando verdadeiramente se quer. O que me impede de colocar em discussão um motivo qualquer que eu tenha urdido é que se torna o problema: engordei em minhas férias e no carnaval.

Desde ontem venho trabalhando na redação final da tese.
O mês de janeiro havia sido dedicado a leitura e releitura de pontos importantes, mas coloquei para a segunda-feira a obrigação de orquestrar as idéias soltas e colocar no papel o que preciso ser modificado, alterado, acrescentado, feito.
Meus livros do Druon têm sentido minha falta e não sei quando é que vou conseguir saber que, em 1316, João I da França morreu três dias após vir ao mundo...

Talvez eu devesse mesmo ter estudado mais sobre História. É claro que a da França me fascina absolutamente por razões que nem eu mesma saberia explicar. Sei lá!, é uma coisa assim, indescritível. Embora isso, os chineses também me chamam a atenção e, hoje, sinto extrema necessidade em saber a quantas andavam eles e seus conhecimentos lá por volta do século XV.

Seria bom, integralmente maravilhoso, se eu tomasse uma cerveja esta noite...
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