segunda-feira, dezembro 17, 2007

Fim de tarde

Um fim de tarde agradável em uma esquina da Vila Madalena.
Carros, pessoas e muita vida diferente de cá para lá.
Um pequinês estressado late e se irrita com um labrador. Os donos se olham, sorriem. A moça ao lado nem percebe: fones no ouvido.
Um carro e “Strangelove” se espalha por aquele microcosmo paulistano.
O céu carregado de nuvens cinzentas lá longe: “Pra lá chove, mas o vento não vai trazê-la pra cá, não”.

O boteco é pequeno, a música varia, mas entre rock, pop, jazz e blues não há mortos ou feridos.
Em frente, um bar de pagode e as moças entram com calças justas, muito justas, os caras carregando atabaques.
A linha de ônibus vem percorrendo um caminho diferente: “É o ensaio da escola de samba lá em cima”, me informa o garçom.

Um skatista; pessoas com sacolas da livraria ao lado; uma monja.
O ritmo urbano me fascina.

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Em Ilhéus...

O verde não é só verde.
É amarelo também, com pitadas de cinza, marrom. Às vezes, prata.

O verde não é só verde e o céu não é só azul. Ele doura com os raios fortes de um sol generoso; ele mostra nuvens fofas, brancas, amarelas, rosa, até!

Uma nuvem mais cinzenta ao fundo lembra que o calor tá de lascar e que uma chuvazinha forte e rápida também é a cara do verão.

O home office agora é na sacada, com a brisa mansa aliviando o calor em brasa do sol a pino às 10 da manhã.
De um lado, coqueiros, mata, o morro. Bananeiras por todos os cantos.

Um rádio ligado, mas eu não: melhor abstrair e escutar o bem-te-vi, a rolinha, um sabiá. Uma sinfonia gostosa junto ao barulho da piaçava na lajota.

quinta-feira, dezembro 06, 2007

E o medo...

Certa vez eu disse pra mim mesma: “Serei mais corajosa”.

Foi uma resolução de fim de ano. E eu a venho cumprindo na medida do possível.
Não estou a dizer aqui que seja destemida: de modo algum! Ainda sou medrosa, muito medrosa! Novas situações sempre me deixam de pernas bambas, dedos gelados. A diferença é que eu tenho conseguido encarar estes momentos e, mesmo que a perna estremeça, que os dedos esfriem ao máximo, que eu sinta meu rosto corar, mesmo assim, vou pra linha de frente.
É engraçado que isso traz um punhado de compensações juntas: encarar o perigo me fascina e vencer, para mim, tem se tornado uma conseqüência. E só.

E agora eu aqui, com medo do que virá ano que vem, com medo do que eu nem sei se serei, tenho enfrentado assombros dos grandes. Sonho até que estou no alto de um lugar qualquer e sinto vertigens ao olhar para baixo. Cheguei a acordar com câimbras no esforço de me segurar na amurada.
Torço em acreditar que é só um medo a mais, porque a vida, do modo que se tem me mostrado, é uma sucessão de medos e inseguranças; um prender a respiração, fechar os olhos e se jogar para depois vir o suspiro, seguro, tranqüilo, aliviador.
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