quarta-feira, abril 27, 2005

Cansei, na minha adolescência, de ouvir lamúrias daqueles com mais de 40 dizendo que “bons tempos eram aqueles em que se tinha 15 anos”.
Lembro até que, na época, menção a isso já era suficiente para me irritar (não que isso fosse árdua tarefa...). Ficava inconformada em pensar que havia gente que queria voltar a ser aquilo que eu era e sentia todos os dias: uma adolescente cheia de inquietações, desconhecida de si mesma, de seus próprios pensamentos e desejos, um rascunho disforme de algo que nem eu tinha noção do que ia se tornar. Mas o próprio tempo foi se encarregando de fazer com que eu ouvisse cada vez menos que “boa é essa idade”. E eu nem sabia o porquê.
Via que os anos de faculdade eram ótimos e gostava cada vez mais deles.
Ainda era eu um rascunho, mas já tinha forma e incorporava outras que achasse necessárias.
Só quando a faculdade acabou é que fui tomando consciência de muitas coisas que fazia questão de não ver: já não era adolescente, nem pós-adolescente, era jovem e, o pior, era adulta, com contas de energia, gás, condomínio, com cartão de crédito e vontade de um carro, de um monte de sapatos, mas sem grana pra tudo que era necessário.
Sozinha, fui e estou aprendendo a me virar, mas quando olho para minhas amigas de adolescência percebo que elas não têm os mesmos problemas que eu: casadas e com filhos, a maioria delas já são o que eram nossas mães quando nos conhecemos.
Não sei bem, mas de um certo modo me parece que o susto e o desconforto da fase adolescente levou muitos de meus amigos a não quererem aqueles momentos de novo quando, lá pelos “vinte e alguma coisa”, entramos na adultescência.
Embora tão penosa quanto a primeira, essa traz requintes de maldade já que agora sei quem sou e conheço muito bem a quem sobrará a conta no final de uma história ou do mês. Mas vi que muitos dos meus amigos fizeram questão de passar por cima dessa fase, não viram a “segunda adolescência”, e entraram direto na vida que viram seus pais terem.
Será que é por isso que querem “de volta os 15 anos”? Por que só se lembram das inquietações quanto aos problemas sobre “quem beijou quem” ou “amanhã é prova de matemática”?
Eu, certamente, não os quero. Vivi-os quando os tinha e voltei a ver sua cara agora, coisa de 10 anos mais tarde. Gostei de tê-los visto, mas quero que passem e me deixem como eu devo ser depois de tanto ter aprendido com eles. E com seu bis.

sexta-feira, abril 15, 2005

Audição!?

Básica que só ela, a Cris vai pro Japão no feriado.
Ontem fomos no Empanadas pro início do que deve ser uma série de tchaus.
Calor insuportável e a Original nem ligando pra isso fizeram com que eu ficasse bebinha...
Muita conversa interessante e de bêbados.
Resultado: perdi o Miss Brasil! Então nada de alterações no ranking das perguntas fantásticas. Em primeiro lugar, disparadíssima, ainda está: “Se você tivesse que escolher entre os cinco sentidos somente um que pudesse manter, qual seria?”
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