quarta-feira, novembro 10, 2004

Quero contar uma história: Fazer amigos é algo que me dá muito prazer! Não é qualquer amigo assim que eu digo. São certas pessoas para as quais eu olho e penso “desse eu quero ser amigo”. Aí eu me desdobro pra ser amiga dessa pessoa. Chego até a ser simpática e sociável (coisa impensável de eu ser com quem não conheço muito bem). A verdade é que acho que tenho um certo “faro” bem apurado pra reconhecer as pessoas e, se vejo que aquele será um bom amigo, invisto mesmo.
Então, sempre tive bons amigos. E acho que sempre fui uma boa amiga pra eles...

Aqui entra outra história: Quando eu era criança, odiava dias de feriado. Gostava daqueles dias que vinham junto aos feriados, mas não gostava do feriado em si porque, normalmente, era o último dia daqueles gostosos dias em que minhas primas ficavam em Andradas. No dia do feriado, malas prontas, postas no carro e tchau. Eu me escondia, mas era facilmente achada. Aí chorava e chorava... Nunca gostei de despedidas.

Agora eu junto as duas histórias: Sempre tive bons amigos. E acho que fui uma boa amiga pra eles, mas nunca me permiti despedir-me deles.
Vim embora pra São Paulo, deixei lá meus amigos e não disse que vinha, não dei tchau e a gente ficou 200km distante e mais uma imensidade de assuntos dos quais nunca mais falamos. Agora a gente se vê no supermercado ou na rua, se abraça feito estranho e pergunta “onde está?”, “o que tem feito?” e o assunto acaba e a gente fica com cara de constrangido e eu fico muito triste de ter perdido uma amizade tão boa, tão grande.

Agora que já contei como sou, peço que, por favor, sejam insistentes comigo. Se vocês forem embora pra outros cantos, ou se eu for pra qualquer outro lugar, por favor, me liguem, me contem o que fizeram à noite, me falem o quanto estão bravos com alguém que lhes importunou no trabalho, me despejem suas ressacas morais, tanto faz! Mas não façam o que eu sempre acabo fazendo. Não vão embora por muito tempo, porque eu odeio despedidas.
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