Escolhas...
Estava sentada em um dos últimos bancos do ônibus. Num ponto, entram uma senhora e duas meninas. Mãe e filhas.
O cheiro da bolacha com recheio de morango, o queixo da mãe nos cabelos de uma das filhas ou a mão da outra na mão da mãe? Não sei, mas um destes três fatos se juntou à melancolia que venho carregando e tive que me desdobrar para não chorar, ali, sozinha, no fundo do ônibus, na Vital Brasil.
Dizem que a vida são nossas escolhas, que tudo o que temos vem do que fazemos, que tudo o que queremos ter depende do plano que executamos hoje.
Parece-me simples demais!
É claro que a vida que a gente acaba por levar reflete algumas decisões e escolhas que fizemos ou fazemos, mas pouca gente considera as indecisões, as palpitações do coração, as escolhas às quais nos submetemos sem pensar se as escolheríamos de fato sem pudéssemos pensar melhor, por mais tempo.
De certo modo gosto da vida que levo e acredito que fiz boas escolhas, mas não é raro me pegar a pensar no “universo paralelo” em que tomei decisões e fiz escolhas diferentes daquelas defendidas e encaminhadas no passado recente.
Se se considerar outras escolhas já me parece loucura, fico mais insana ainda quando tento encontrar uma razão, uma relação ou uma solução para agrupar às minhas escolhas coisas às quais tive de abdicar em favor a outras decisões.
Aqui não entra só a pouca grana que tenho e sempre terei por ter escolhido uma profissão não muito rentável; aqui não entra somente o meu lamento por ter que pegar um ônibus lotado ao fim do dia, sem a menor perspectiva de ir para casa dirigindo meu próprio carro; aliás, aqui também não entra somente o apartamento pequeno e velho para onde vou ao fim do dia e pelo qual pago uma pequena fortuna de aluguel. Sei muito bem que aqui cabe muito mais a falta de um colo de mãe ao final de um dia tenso, um bom beijo de despedida que não nos permitimos, um pedido risonho do sobrinho para brincar do que quer que seja.
Sei não! Se a vida são escolhas, não há sincronia nelas, e se não há como ocorrerem em sintonia as nossas escolhas acabam sendo aceitas pelas metade, se tanto.
Se a vida são escolhas, hoje, preferiria ter aquilo que elas mesmas, escolhas, escolheram me deixar sem.
O cheiro da bolacha com recheio de morango, o queixo da mãe nos cabelos de uma das filhas ou a mão da outra na mão da mãe? Não sei, mas um destes três fatos se juntou à melancolia que venho carregando e tive que me desdobrar para não chorar, ali, sozinha, no fundo do ônibus, na Vital Brasil.
Dizem que a vida são nossas escolhas, que tudo o que temos vem do que fazemos, que tudo o que queremos ter depende do plano que executamos hoje.
Parece-me simples demais!
É claro que a vida que a gente acaba por levar reflete algumas decisões e escolhas que fizemos ou fazemos, mas pouca gente considera as indecisões, as palpitações do coração, as escolhas às quais nos submetemos sem pensar se as escolheríamos de fato sem pudéssemos pensar melhor, por mais tempo.
De certo modo gosto da vida que levo e acredito que fiz boas escolhas, mas não é raro me pegar a pensar no “universo paralelo” em que tomei decisões e fiz escolhas diferentes daquelas defendidas e encaminhadas no passado recente.
Se se considerar outras escolhas já me parece loucura, fico mais insana ainda quando tento encontrar uma razão, uma relação ou uma solução para agrupar às minhas escolhas coisas às quais tive de abdicar em favor a outras decisões.
Aqui não entra só a pouca grana que tenho e sempre terei por ter escolhido uma profissão não muito rentável; aqui não entra somente o meu lamento por ter que pegar um ônibus lotado ao fim do dia, sem a menor perspectiva de ir para casa dirigindo meu próprio carro; aliás, aqui também não entra somente o apartamento pequeno e velho para onde vou ao fim do dia e pelo qual pago uma pequena fortuna de aluguel. Sei muito bem que aqui cabe muito mais a falta de um colo de mãe ao final de um dia tenso, um bom beijo de despedida que não nos permitimos, um pedido risonho do sobrinho para brincar do que quer que seja.
Sei não! Se a vida são escolhas, não há sincronia nelas, e se não há como ocorrerem em sintonia as nossas escolhas acabam sendo aceitas pelas metade, se tanto.
Se a vida são escolhas, hoje, preferiria ter aquilo que elas mesmas, escolhas, escolheram me deixar sem.
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