Feels like flying
O ano era 1990. Era dia das crianças. Ganhei o que havia pedido: um disco.
Não era um lançamento: havia sido lançado no ano anterior, mas era o álbum com as músicas que, naqueles dias, eu mais gostava de escutar.
Passava, às vezes, horas a fio trocando as estações do rádio em busca de uma delas...
Uma ou outra estava gravada numa fita cassete: má qualidade, voz do locutor no fim de uma e no começo de outra, falha de captação de sinal em duas delas...
Por motivos como estes, qual não foi a minha alegria ao tirar o disco da embalagem e sentir o ar se encher com essência de patchouli! Sim!: fui feliz com Like a Prayer em minhas mãos!
Tudo, absolutamente tu-do, naquele disco era maravilhoso: das músicas ao perfume que exalava do papelão e do vinil; do encarte contendo todas as letras ao informe sobre a Aids e formas de prevenção; a foto da capa... Talvez nem fosse assim para os outros, mas, para mim, era uma novidade sem fim!
Era a Madonna!
Por isso mesmo, na semana passada, quando começaram as vendas para os shows de São Paulo, meu coração acelerava e parava em cada oscilação na conexão, em cada nova imagem que se abria no site. Tive vários piripaques no telefone, quando demorava um pouco mais para ouvir o sinal de ocupado... Só sosseguei depois, quando, finalmente, os ingressos foram comprados!
É claro que gosto dos outros álbuns da Madonna: dos antigos aos atuais. É claro que ainda aguardo com ansiedade cada uma das suas novidades! Mas tenho um carinho especial por Like a Prayer...
Ele foi meu último presente do dia das crianças. Ele foi minha primeira paixão de adolescente...