sexta-feira, abril 25, 2008

Ansiedade infantil

A correria a que me referi abaixo unida a fortes lampejos de ansiedade me fizeram sumir daqui...

Eu deveria ter 9 anos e, já sem acreditar em Papai Noel, tinha escolhido como presente de Natal o Shopping da Barbie.
Eram três vitrines com bolsas, sapatos (altos, baixos, tênis!), colares, óculos, chapéus e mais duas araras cheias de vestidos, saias, claças, blusas. Um verdadeiro sonho para quem brincava de boneca quase todo santo dia!

Fui com a minha mãe comprar. Voltamos com uma caixa enorme, embrulhada e escondida no maleiro de meu guarda-roupas: se eu já não acreditava no bom velhinho, minha irmã ainda escrevia pra ele...

Tive de esperar... Duas semanas, uma semana, alguns dias, não sei! Só me lembro da ansiedade, da vontade de abrir a caixa e brincar com tudo aquilo que estava dentro dela.
Todos os dias, fechava a porta do quarto por dentro, subia em uma estante do lado do
guarda-roupas e alisava a caixa, me imaginava trocando as roupinhas da Barbie, experimentando sapatos, bolsas...
E assim foi: me diverti tanto com a espera quando devo ter me divertido com o brinquedo de verdade.

Vinte anos depois, cá estou eu, de novo!, na mesma...
Daqui a uma semana devo ver tudo aquilo que sempre tive vontade de ver. Andar pelas ruas planas pelas quais sempre quis andar, entrar em museus, lojas, palácios de meu livros de História. Tomar um café crème sem nada a pensar, só o prazer de observar o rio.

Já me diverti um monte pesquisando, procurando novas informações, endereços, o que fazer, o que não fazer.
Não sei como será, o que pensar, mas estou certa de que serão dias de plena alegria infantil transbordando!
Como se fosse só rasgar o papel para a felicidade chegar!

segunda-feira, abril 07, 2008

Não sei se vale a pena...

Virei uma workaholic. Por falta de opção.

Foi bobeira da grande; foi no mais ingênuo sem-querer, e quando dei por mim, as baladas durante a semana entraram na mais completa extinção; os sábados e domingos deixaram de existir em sua plenitude.
Tudo isso porque tem falado mais alto o montante de trabalho que, embora estritamente no prazo, extrapola as segundas, terças, quartas, quintas e sextas e se prolonga pelo fim de semana que, antes, era dedicado a mim, aos passeios à fnac, ao cinema relaxante, aos barzinhos e bate-papos, a uma baladinha com bom som.
Não raro o computador só é desligado depois da uma da manhã e ligado, novamente, sete horas depois.

O dinheiro (obviamente!) não aumentou.
A vida social é que está mal das pernas...
Dei-me conta outro dia de que, com três ou quatro exceções, meu dia-a-dia é em torno dos físicos... Comecei até (tende piedade, oh Einstein!) a fazer piadinha própria deles.

Eu!... Que até anteontem acreditava na impossibilidade de ser eu uma deles. Virei langa! Da pior espécie: aquela que se sabe, mas não consegue fugir do que é...
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