segunda-feira, agosto 21, 2006

Às vezes muda

A Garota do comentário ali de baixo disse ser interessante notar que a falta da sensibilidade no dedo foi o fator que me levou a voltar a postar aqui.
Fiquei pensando na sua idéia, cara leitora, e sei que sua observação é muito boa! Mas não foi só o dedo...

Sempre tive para mim que este blog era-me uma espécie de diário. Cheio de lamentações, críticas e lamúrias, postava quando estava triste e cabisbaixa e queria uma válvula de escape. Isso explica, em partes, o fato de ter aqui tão poucos relatos de momentos de intensa alegria que passei com as pessoas a quem mais gosto nesta vida.
Aí tem que, uns tempos atrás, aconteceu algo que nunca imaginei que pudesse acontecer comigo. História de episódio de seriado.
Confesso que esta história me deixou triste, abalada e pensativa, mas, de alguma maneira, destruída, deprimida.
Tinha “material” de sobra para escrever aqui, mas resolvi me calar.
Calei-me não por mim. Calei-me porque o que fica aqui é para todo mundo. Calei porque não doía em mim, mas, talvez, estilhaçasse outros. Calei porque acreditei que o silêncio pode ser feito uma bolha: dolorida e insensível; anestesiante.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Polegar

Como boa cozinheira que sou, queimei o polegar da mão direita na terça-feira em uma assadeira.
Na hora, doeu. Dali um pouquinho, doeu horrores; e na hora de dormir, latejava, avermelhava e formava uma bolha imensa deixando saltada minha impressão digital. E assim estou: de dedo estranho, com uma bolha no meio da última falange e o lado do polegar a tocar as teclas enquanto escrevo...
Mas não é disso que eu quero falar somente: o fato é que o aparecimento desta bolha tirou a sensibilidade deste meu dedo.
Pobre dedo! Só agora é que senti a falta que ele me faz... Folhear livro, virar a chave, tirar a tampa da pen drive, achar ponta do durex...
E o mais engraçado é que, justamente por não o sentir, o danado do dedo aparece a toda hora e me deixa aqui a sentir sua falta...
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